A primeira pauta pós-eleições será necessariamente a Petrobrás,
diante da perspectiva da publicidade da delação premiada do ex-diretor
de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, cujos vazamentos
parciais indicam um escândalo político sem precedentes.Juntados esses
vazamentos, que incluem nomes expressivos do quadro partidário
brasileiro, com o depoimento de Costa não submetido ao segredo de
justiça, tem-se um duto de recursos públicos desviados para irrigar
campanhas e políticos de PT,PMDB e PP, o que pode alcançar as campanhas
da presidente Dilma de 2010 e a atual, ainda que à revelia da
candidata.É um quadro que seria avassalador para qualquer governo em
campanha pela reeleição, dado que o tempo de mandato do PT soma 12 anos,
dando-lhe o monopólio dessa gestão marginal em favor do partido e de
aliados. Com um tesoureiro cumprindo pena pelo mensalão, o partido já
tem o segundo na mira da justiça.
O que diferencia o esquema sob investigação de outros ao longo da
história política nacional é a sua característica sistêmica, como pilar
de um processo de sustentação política de um projeto de permanência no
poder, abrangendo três grandes partidos da base governista.
A recente informação de que a Petrobrás poderá sofrer sanções nos
Estados Unidos, onde a legislação prevê consequencias mesmo para
empresas estrangeiras lá sediadas, estende as investigações ao plano
internacional, um sólido sinal de consistencia do conteúdo da delação do
ex-diretor da estatal no Brasil.
Tal cenário leva a outra questão: como o governo, em condições tão
adversas que inclui ainda a economia em recessão técnica e alta rejeição
da candidata, pode alcançar índice próximo a 50% na disputa e aponto de
torná-la tão acirrada?
Aqui entra o dado essencial: o bolsa família. O programa dá ao PT o
conforto de um patamar de largada eleitoral de 34,6% em qualquer
eleição. São 13.738.798 famílias beneficiadas, estimando-se 1,6 eleitor
por cada uma, e considerando-se que 85% dos beneficiários votam com o
governo, tem-se aí 14,9 milhões dos 43,3 milhões de votos obtidos por
Dilma no primeiro turno, já subtraídas as abstenções totais.
É o maior voto de cabresto de que se tem notícia e que explica a
falsa conotação ideológica no confronto sul-sudeste versus nordeste, que
o PT explora como a luta entre ricos e pobres, a partir do monopólio do
programa que se tornou arrimo eleitoral do partido.
Por isso, a oposição considera indispensável que já no próximo ano
seja feita uma reforma conceitual no programa Bolsa Família, de maneira
que ele se torne uma ação de Estado e não de governo, via emenda
constitucional.
Sim, voto de CABRESTO!! Nós fizemos um vídeo detalhando o caso (se puder, embuta na página, por favor): https://www.youtube.com/watch?v=WwfL5YTDgSE
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