PF quer ouvir Lula há sete meses

Qualquer cidadão comum já teria ido sob condução coercitiva. O ex-deputado Tuma Júnior, que era denunciante, ao contrário de Lula, que é denunciado, por pouco não foi levado à força para falar na PF. 

Na sua edição de hoje, o jornal Folha de S. Paulo finalmente abre informações sobre o envolvimento direto de Lula no Mensalão, já que apura denúncia clara feita pelo publicitário Marcos Valério contra o ex-presidente. A reportagem é de Natuza Nery, Andréia Sadi e Fernanda Odilla, um time pesado que o jornal destacou para apurar o caso. 

A Polícia Federal tenta há sete meses ouvir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas investigações instauradas a partir de novos depoimentos dados em 2012 pelo operador condenado no mensalão, o empresário Marcos Valério de Souza. 

Segundo a Folha apurou, Lula foi convidado a ajudar na apuração em fevereiro deste ano. Não se trata, portanto, de intimação. Apesar de reiterado algumas vezes, o convite ainda não foi atendido por temor de que o interrogatório seja vazado à imprensa – ainda mais em um ano eleitoral.

Pessoas próximas ao ex-presidente argumentam que o petista fez chegar à PF, por meio de representantes, o recado de que está disposto a colaborar com as investigações, mas teme que um depoimento agora seja explorado politicamente por adversários.

A delegada Andrea Pinho, responsável por apurar em Brasília denúncias feitas por Valério sobre um suposto envolvimento do ex-presidente no mensalão, negocia, sem sucesso, um encontro com o petista desde fevereiro.

Nos últimos meses, a cúpula da PF mostrou-se dividida em relação ao interrogatório de Lula.

Lula é acusado por Valério de ter conhecimento do mensalão e ter se beneficiado do esquema. Valério denunciou que passou R$ 100,00 mil por meio de uma empresa de um ex-assessor de Lula para pagar despesas do então presidente em 2003. Afirmou que Lula e Palocci pediram 7 milhões da companhia Portugal Telecom para o PT.

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