Justin Bieber e Restart fazem a festa do mercado da música, da moda e da mídia.




A mais nova febre na mídia é a turma dos coloridos e cabelos escorridos. Uma explosão sem precedentes que movimenta milhões no mercado fonográfico, de moda e mídia. Uma rápida busca no Google com o nome RESTART deságua mais de 20.700.000 citações; quem coloca o nome Justin Bieber, tem nada menos que 101.000.000 citações. A maior parte do mercado que absorve a música de bandas como Restart e de cantores como Justin Bieber é formada por adolescentes, mas é a indústria da mídia, da moda, da música que se satisfaz com tudo isso.

No caso do astro Justin Bieber, salvo seu reconhecido talento artístico, gira em torno dele uma grande armação publicitária com a finalidade de vender. Ele começou lançando vídeos na internet e, em um só mês, acumulou mais de 10 milhões de acessos. Seu primeiro CD (My Wold) vendeu quase 150 mil cópias só na primeira semana do lançamento, o mesmo CD, em seu segundo lançamento, chegou a quase 290 mil cópias vendidas. Nos EUA ele vendeu mais de um milhão de cópias. Seus vídeos e perfis da internet batem recordes de acessos e ele está no topo da lista dos assuntos mais comentados em todos os sites de relacionamentos e afins. Além de tudo isso, o astro virou ícone, modelo a ser seguido por milhares de adolescentes que copiam seu estilo, corte de cabelo, jeito de agir, objetos pessoais. Enfim, Justin Bieber é uma mina de ouro ainda inexplorada, pois tudo o que cerca o astro tem infinito potencial ser comercialmente valorizado.
Essa febre, em números menores, mas não desprezíveis, ocorre no Brasil com bandas como a Restart. A banda faz shows para cerca de 100 mil pessoas, vende por mês cerca de 10 mil camisetas, conta ainda com mais de 60 mil CDs vendidos; nos sites de relacionamentos ela agrega mais de 700 mil plays da música “Recomeçar” no MySpace, no twitter oficial da banda se somam mais de 300 mil seguidores. A Restart lançou mais de 20 produtos no mercado e todos com grande potencial de venda. Movimentam milhões de reais com seus shows e eventos diversos. Influencia com seu estilo ultra-moderno milhares de jovens em todo o país sendo, portanto, uma valiosa mina para as industrias de música, moda e mídia.

A música em si não é lá essas coisas aqui. O que importa não é a qualidade da letra, da melodia, da orquestração, nada disso é de fato significativo. Importante mesmo é o quanto vende. É como o axé e o pagode da Bahia – lixo que vende a rodo – já pensou quantas vezes e a quanto tempo Durval Lele e Bel repetem o mesmo show? As mesmas e enfadonhas músicas ainda arrastam os milhões (de gente e de grana) nas ruas de Salvador. Mas o caso é que a nova geração não está nem ai para a qualidade musical e os donos do mercado que exploram essas novas tendências se sentem que nem pinto no lixo – felizes da vida.

Enquanto Justin Bieber e Restart fazem a festa do mercado da música, da moda e da mídia com lucros cada vez maiores, forma-se aos poucos uma geração de futilidades. Tudo gira em torno do nada. Gera-se uma sociedade desprovida de objetivos de longo prazo, vazia de ideologia e perigosamente manipulável. A música e a moda com prazo de validade muito curto, pois são fundadas nas coisas mais efêmeras e corriqueiras da existência humana, despreocupada com os lemas e dilemas essenciais à raça humana, nada mais é que um passa-tempo alienante.

Comentários

  1. Concordo plenamente, a futilidade da mídia chega assustar! Só um ponto de discórdia (baheeeaaa) se Durval e Bel repetem o mesmo show há anos, é pq o negócio é muito bom e contagiante, enquanto que essas novas 'modalidades musicais' (Justin, Res.., sertanejo universitário...e outras invenções) não serão lembradas no próximo verão!

    Bjin

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