Entrevista com Lobão sobre ato pró-impeachment no próximo dia 15/11


Lobão em 01/11. Ato ocorreu em todo o Brasil, mas foi ignorado pela mídia.
Uma mega-passeata se arma em São Paulo, sobretudo, pelo impeachment de Dilma Rousseff. É para o dia da Proclamação da República, 15 de novembro, vulgo próximo sábado.
O núcleo estruturante da  passeata quer  sair de dois extremos que o governo petista lhes imputa. E, para citar dois ditadores que também criticavam as massas oposicionistas, eles não são aquilo a que Geisel chamava de “bolsões sinceros mas radicais”: e nem aquilo a que Getúlio Vargas chamava de “pruridos demagógicos de alguns leguleios em férias”.
O maior epígono da passeata é o cantor e compositor Lobão: que, há uma semana, conseguiu bater a marca de 141 mil vistas on line para seu hang out anti-governo, com o filósofo Olavo de Carvalho.
Nesta sexta-feira, dia 14, Lobão comanda uma entrevista coletiva devotada apenas  a imprensa estrangeira. “Como estamos sendo caluniados por praticamente toda a mída nacional, achamos por bem fazer uma severa seleção”, explica Lobão, em entrevista exclusiva a este blog.
Muita gente tem dito que as patrulhas ideológicas (sobretudo as de sites patrocinados exclusivamente por estatais do governo) têm lutado para que Lobão seja comparado ao compositor Wilson Simonal —-injustamente associado ao papel de “enfant-gatê” da ditadura brasileira.
Perguntado se estava sendo “simonalizado”( termo aliás criado pelo próprio Lobão), o compositor respondeu a este blog: “Sou insimonalizável. Sou emocionalmente imune aos ataques histéricos dos militantes e aos grunhidos rancorosos e impotentes das lideranças politicas e intelectuais”.

Confira:

Como você se define politicamente?
Lobão -Eu sou uma pessoa a favor  da liberdade de imprensa, de expressão, do livre mercado,da liberdade de credos. Da justiça ,do Estado mínimo,da livre iniciativa, da propriedade privada.

O que representa o movimento do dia 15? Qual vai ser o seu papel nele?
Lobão -Ele represnta o mais genuíno clamor popular, de todas as classes socias,etnias, sexos e crenças. Assim foi na passeata do dia primeiro passado.Era o povo em estado real, o professor, o feirante, o cara do botequim, o advogado a dona de casa, o pedreiro, o padeiro, a manicure a dançarina do ventre. Eu sou mais um cidadão naquele turbilhão de brasileiros e ,como homem  público, tendo a aglutinar um maior número de pessoas.Mas é uma manifestação apartidária, que quer a apuração real de uma eleição que nos sentimos logrados e ,se temos o dever de votar, temos  direito de exigir a transparência que ,até agora não teve: pois uma eleição sem acompanhamento transparente como foi essa,  já é uma fraude por si só. Exigimos o impeachment da Dilma por inúmeras razões que vão desde o Foro de SP, os desvios secretos de quantias milionárias para fora do país, o envolvimento no Patrolão e por aí vai. O PT também deveria ser expulso da vida pública brasileira, por males gravíssimos,como , por exemplo, ser sócio fundador do Foro de São Paulo e como tal, o principal articulador de todos os regimes bolivarianos em toda a América Latina. Além de associação com o crime organizado,como o MIR chileno,as FARC e o PCC.

 Por que nesta sexta vcs vetaram a mídia nacional na coletiva?
Lobão: Nós tivemos uma procura orgânica da imprensa internacional e ,como estamos sendo caluniados por praticamente toda a mída nacional, achamos por bem fazer uma severa seleção:como agora, estou aqui falando para um órgão de mídia nacional que é meritório desta entrevista. A Veja será bem vinda também.E alguns outros raros jornalistas.

Considera que na última passeata vocês possam ter sido infiltrados por não-legítimos, que os contaminaram com as gritas de golpe militar?
Lobão: Isso aconteceu sim e é possível que aconteça novamente, mas ficou decidido ontem em um hangout realizado com todos os movimentos de rua envolvidos que, se nos defrontarmos com algum grupo trazando dizeres a  favor de intervenção militar ou separatismo ,será tratado como petista.

 O que é ser oposição no Brasil hoje?
Lobão: É ser ,antes de mais nada, anti- PT.É ser um cidadão indignado com a presença sombria do Foro de São Paulo a nos governor, a  ter uma entidade internacional em que o governo brasileiro se subordina. É ser radicalmente contra o processo de bolivarianismo a que estamos sendo submetidos.

Por que a classe artística secala, em geral, no quesito oposição?
Lobão: A classe artítica está cooptada, ou pelas benesses econômicas da Lei Roaunet, ou pelas campanhas milionárias de publicidade dos órgãos do governo como o BNDES,A CEF, o BB etc.Ou pelo afago  de prestígio duvidoso através de  participaçães nas campanhas do PT, ou  nas condecorações aos sicofantas mais emblemáticos na imagem do partido.O resto se cala de cagaço mesmo.

Você teme ser simonalizado?
Lobão: Eu sempre disse e continuo afirmando: sou insimonalizável.Sou emocionalmente imune aos ataques histéricos dos militantes e aos grunhidos rancorosos e impotentes das lideranças politicas e intelectuais (se é que isso possa existir),  que primam por incitar o ódio e a violência física à minha pessoa e, ao mesmo tempo, sou forte o bastante para derrotá-los.E eles sabem disso.

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Disclaimer: o autor deste blog é co-autor da biografia de Lobão, “50 anos a mil”(Editora Nova Fronteira)

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