O vírus ebola foi descoberto em 1976 a partir de
diagnósticos simultâneos na República Democrática do Congo e no Sudão, na
África. Ele provoca uma grave doença conhecida como febre hemorrágica ebola,
que pode afetar seres humanos e primatas, como macacos e chimpanzés. O surto de
ebola pode chegar a provocar a morte de 90% das pessoas infectadas. Atualmente,
não existe vacina e nem cura para a doença.
O ebola é transmitido de pessoa para pessoa principalmente a
partir do contato direto com sangue, secreções e outros fluidos corporais de
pessoas infectadas. A transmissão também pode acontecer a partir do contato com
ambientes e objetivos contaminados por esses fluidos, como roupas. Segundo a
OMS, não há risco de contágio no período de incubação do vírus — ou seja, entre
a infecção e os primeiros sintomas. No caso do ebola, esse tempo pode variar de
2 a 21 dias.
A doença costuma aparecer com quadros de febre, fraqueza e
dores musculares, de cabeça e de garganta. Em seguida, surgem sinais como
náusea, diarreia, feridas na pele, problemas hepáticos e hemorragia interna e
externa. O tempo entre a infecção pelo vírus e o os primeiros sintomas variam
de 2 a 21 dias.
Não existe um tratamento específico para a febre hemorrágica
ebola. Pacientes graves recebem cuidados intensivos, que incluem reidratação
oral e intravenosa, e devem ser isolados e receber a visita apenas de
profissionais de saúde que seguem todas as medidas de prevenção contra a
infecção.
Segundo a OMS, as pessoas com maior risco de contágio são
profissionais de saúde e familiares de pacientes contaminados. A organização
considera que as probabilidades de infecção entre turistas que visitam uma área
endêmica são baixas.
O presidente de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, decretou
na quinta-feira (31/07) estado de emergência diante da epidemia do vírus ebola que
atinge o oeste da África. O país registrou, neste ano, 233 mortes pela doença,
segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O surto, o maior da história,
também afeta Guiné, Libéria e Nigéria. Juntos, os quatro países já notificaram
mais de 1.300 infecções e 729 óbitos por ebola desde março.
As autoridades da Guiné, Libéria e Serra Leoa anunciaram
neste sábado que vão isolar regiões fronteiriças que concentram 70% dos casos
de ebola registrados neste ano. Segundo comunicado oficial, os governos dos
três países, que vivem a pior epidemia da doença da história, concordaram em
restringir a circulação de pessoas para diminuir o risco de novas infecções.
A companhia aérea Emirates decidiu suspender, a partir deste
sábado, todos os seus voos para Guiné, tornando-se a primeira empresa
internacional a impor restrições em resposta ao atual surto. "A segurança
dos nossos passageiros e tripulantes é da mais alta prioridade e não será
comprometida", afirmou a companhia em comunicado divulgado em seu site. A
Emirates não opera voos para Libéria ou Serra Leoa.
A União Europeia (UE) anunciou nesta quarta-feira uma nova
ajuda de 2 milhões de euros para a luta contra o ebola nos países da África
Ocidental. "O nível de contaminação é extremamente preocupante e devemos
aumentar nossa ação antes que mais vidas sejam perdidas", afirmou em
comunicado Kristalina Georgieva, responsável pelo setor de ajuda humanitária da
UE.
No Brasil, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou que o
governo brasileiro segue as recomendações da OMS — não há indicação para que
pessoas deixem de viajar a países endêmicos. "A situação nesses países se
agrava, pois são regiões em conflito, aonde os profissionais de saúde muitas
vezes têm dificuldades para chegar. Mas, pelas características de transmissão
da doença, não há risco de disseminação global", afirmou Chioro.
O governo brasileiro reforçou recomendações às equipes de
saúde encarregadas de atender passageiros que apresentaram problemas como
febre, diarreias ou hemorragias durante viagem ao Brasil. A medida, na
avaliação do Ministério da Saúde, é suficiente para identificar de forma rápida
casos de uma eventual contaminação por ebola nos viajantes.
O governo brasileiro deverá enviar na próxima semana dez
kits para Libéria e Serra Leoa, com itens usados em catástrofes. No início do
mês, um conjunto com os mesmos produtos foi encaminhado para Guiné. Cada kit é
suficiente para atender necessidades de 500 pessoas por três meses.
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