PF foi ordenada a conduzir coercitivamente o ex Secretário Nacional de Justiça - Romeu Tuma Júnior

      Na manhã desta terça-feira (05) agentes da Polícia Federal estiveram no escritório do ex Secretário Nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior, no bairro do Bom Retiro em São Paulo, com ordens para conduzi-lo coercitivamente à Superintendência da Polícia Federal. Entretanto, a condução de membro da OAB sem a companhia de um representante é ilegal, e não pode ser feita.

  A condução seria para prestar esclarecimentos sobre o livro "Assassinato de Reputações - Um crime de Estado" que narra os bastidores do que ele viu, ouviu e, principalmente, acompanhou de perto quando ocupou o cargo de ex-secretário Nacional de Justiça do governo Lula.

     Tuma Júnior afirmou que passou cerca de 40 minutos na sede da PF, mas não respondeu a nenhuma pergunta. Ele disse que já havia prestado esclarecimentos sobre o conteúdo do livro em procedimento aberto pela Delegacia Fazendária no ano passado – não há inquérito contra ele. "Hoje só registrei meu repúdio, já havia sido ouvido. Apontei minha repulsa em se conduzir um advogado coercitivamente sem comunicar à OAB. A polícia está aparelhada, a gente nunca sabe o que vai acontecer", afirmou.
     Na chegada dos policiais ao escritório de Tuma Júnior, houve discussão e muito bate-boca. O delegado Fabrizio Galli, da Delegacia Fazendária, afirmou que Tuma Júnior recebeu intimações prévias, mas não compareceu para prestar depoimentos.
    Em seu livro, o delegado revelou que a estrutura do governo petista era usada para produzir dossiês contra adversários políticos. Ele também teria ouvido do ministro Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete de Lula, a confissão de que o ex-prefeito de Santo André Celso Daniel teria sido assassinado depois de descobrir um esquema clandestino de arrecadação de dinheiro para beneficiar o PT. Atual secretário-geral  da Presidência da República, Carvalho, segundo o relato do delegado, teria confessado também ter transportado dinheiro de corrupção para abastecer o caixa eleitoral do PT.

    Tuma Júnior se recusou a acompanhar os agentes, alegando que a condução era ilegal. Ele disse que um dos federais informou apenas que estava cumprindo “ordens de Brasília”. “Estive lá na PF um vez e nem inquérito havia”, disse o delegado. Isso é perseguição política”, afirmou.

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