O verdadeiro amor não se constrói
com palavras e sentimentos. Palavras são como pimenta, pode até ser usadas, mas
com moderação e sentimentos são como doces, se quiser experimentar faça-o, mas
não exagere. O verdadeiro amor se constrói com atitudes ao longo de um tempo
que parece passar tão rápido quando duas pessoas se curtem.
A hora que nasce o amor? Você
nunca saberá. Mas existirão sinais que lhe darão a certeza de que o amor nasceu
ali. Quando o amor nasce, ele trás consigo uma amiga chamada cumplicidade. Não
é a cumplicidade antissocial, ilegal ou desordeira, é a cumplicidade entendida
do ponto de vista da satisfação em fazer o outro feliz. Quando alguém te ouve
com dedicação, busca entender os seus gostos e participar das suas realizações,
ai está havendo cumplicidade.
O amor, ao nascer, trás consigo o
desejo. Não apenas o desejo sexual de um corpo pelo outro, mas o desejo de se
tornar o suporte para que o outro alcance as alturas. O desejo de, estando nas
alturas, estender a mão para que o outro suba também. O desejo de compartilhar
sentimentos e emoções leves ou fortes e de ouvir as histórias bobas e serias. O
desejo de olhar nos olhos e dizer: não tenha medo, eu estou aqui.
Nasceu o amor quando você chegou
àquela altura da estrada em que, olhando para o lado e não vendo o outro, você
pensa: não dá pra seguir sozinho. Você então espera, volta se preciso for,
ajuda o outro a se levantar e segue com ele, pois nesse ponto da estrada, a
vida só terá sentido e prosperidade se os dois caminharem juntos.
A hora de perceber que o amor não
nasceu? Você vai demorar de perceber. Estará tão envolvido em seu egoísmo de
achar que o outro está na mesma sintonia que você, que vai demorar a perceber
os sinais, e quando os descobrir finalmente, você vai sofrer, pois o amor
quando não nasce, dar lugar a ervas daninhas. Mas os sinais são perceptíveis,
senão vejamos:
Não nasceu o amor, se as únicas
coisas que importam em você são aquilo que você tem ou é. Se você tem bens, se
você tem títulos, o outro logo manifesta interesse. Se você aceitar, será como
uma boa refeição a qual se come e se paga e vai embora, sem mais perguntas. Se
você se iludir, e achar que ser um prato apetitoso é o suficiente, logo verá
que a culinária é muito variada e será substituído como se troca acém por filé.
Se você não aceitar, vai experimentar o gosto do melhor dos pratos: o do amor
próprio. Talvez nessa última opção, haverá uma chance de se plantar a semente
do amor, pois quem ama a si mesmo se torna muito mais atraente.
Definitivamente o amor não nasceu
para você que é ignorado por quem você acredita lhe dever atenção, tampouco
será o amor, em sua forma plena, a vontade egoísta de ter atenção de alguém.
Atenção não é algo que se peça assim como amor não é algo que se compre nas prateleiras
da vida. Atenção é uma dádiva que se dar e se recebe graciosamente por mero
desprendimento pessoal. Se precisar cobrar a atenção de alguém, verás que não
há amor, então nunca cobre atenção, mas se a receber, retribua na medida do seu
bem querer.
Para ir além, o amor não pode
estar condicionado e nem limitado em sua plena expressão. Para ir além, o amor
precisa ser livre, doado, sem meritocracia, pois não se pode amar só por
merecimento, mas por liberalidade. O amor que vai além é aquele que faz dois
corações baterem juntos, numa mesma sinfonia, como se ambos fossem apenas um.
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