Carine Luelli, uma homenagem...















Vamos aqui por cima deste mar
A vida tão frágil e navegante
O mar tão grande e revolto
Pensamos o tempo todo em mar de calmaria
Em céu azul de brigadeiro
Mas eis que surge o vento traiçoeiro
Enevoando a vida
Interrompendo a história
Era pra ser uma juventude longa
Um envelhecimento próspero
Um amanhecer e um anoitecer longínquo;
Mas quis a vida entardecer tão cedo
Ou o acaso ou o destino por impura inveja
Estragar a festa, ou um deus em desatino
Quis para si a flor mais linda
O aroma mais gostoso
A melhor imagem do mundo ou ainda
Ver nos olhos dessa gente uma lágrima
E no peito uma saudade intensa
Quis talvez o paraíso, a despeito de nossa dor
Ocultar de nós o cheiro dessa flor
E levar consigo esse sorriso...
Quis deixar-nos céticos a querer saber
Para onde vão os jovens?
Onde cabe tanto amor?
E o que se fará dos risos, dos beijos
dos abraços e do aconchego que se vai
naqueles braços tão macios
naquele corpo acolhedor
E sua voz?
Quem a ouvirá no berço da eternidade?
E o brilho dos seus olhos
Onde é que vão colocar?
Certamente nas estrelas ou quem sabe no luar...


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