Augusto Boal e o Teatro do Oprimido


"O Teatro do Oprimido é o teatro no sentido mais arcaico do termo. Todos os seres humanos são atores - porque atuam - e espectadores - porque observam. Somos todos 'espect-atores'" (Augusto Boal)


No último sábado faleceu o grande criador do Teatro do Oprimido. Ouso dizer que é o fim de uma hera para o teatro brasileiro. Augusto foi a maior damaturgo da atualidade. O carioca Augusto Pinto Boal nasceu em 1931, estudou na School of Dramatic Arts da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. Além de diretor e teórico de teatro, escreveu vários livros e revolucionou o teatro com a criação do método conhecido como Teatro do Oprimido.


"Teatro do Oprimido (TO) é um método teatral que reúne Exercícios, Jogos e Técnicas Teatrais elaboradas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal. Os seus principais objetivos são a democratização dos meios de produção teatrais, o acesso das camadas sociais menos favorecidas e a transformação da realidade através do diálogo (tal como Paulo Freire pensou a educação) e do teatro. Ao mesmo tempo, traz toda uma nova técnica para a preparação do ator que tem grande repercussão mundial." (Wikipedia)


Até então, conhecíamos o método tradicional Stanislavskiano. Augusto, é o responsável pelo surgimento de um método completamente nacional, baseado no fato de que nós, os brasileiros, fomos sempre oprimidos e impedidos do acesso às artes, ao livre pensamento (lembrar que Augusto foi exilado durante a ditadura militar). Para Boal, o acesso às artes deveria ser livre pois todos os homens são atores e espectadores na vida. A arte é inerente ao ser humano e a liberdade de praticá-la e vivenciá-la como um todo não pode ser negada por hipótese alguma.


Em seu Teatro do Oprimido, Boal nos ensina que para sermos um artista completo precisamos:

1. Sentir tudo que se toca;

2. Escutar tudo que se ouve;

3. Ativar os vários sentidos;

4. Ver tudo que se olha;

5. Ter a memória dos sentidos.

O legado de sua criação deve ser bem aproveitado pelas nações futuras.

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