Depravações

Não leia meus versos de amor,

Pequeno diabo,

Pois tu me trouxeste maldade.

Arrancou do sossego minha alma

Dolente e acalentada na sobriedade,

Para o reino infernal das depravações...

Corrompi-me

Com teus laços insanos de perversidade

Com as delícias fatais da luxúria

Com a malícia cruel de tua sensualidade

E tornei-ma imoral – viciado em desejos

Uma taça de sangue – o corpo

Estandartes de fogo – os dedos

Saboreio o veneno traiçoeiro

Cobiçando carícias de nervos

Ansiando ardente - teu beijo

Coisa quase sobrenatural

E não te convenças jamais

Que já sabe o que pode ou não

Sair do meu instinto selvagem

Tu não tens a receita de homem

Tu não és o modelo da vida

Para justificar o teu medo

Liberta ter corpo

A viver fantasias reais.

Para descer com os réus da vontade

À sarjeta libertina do prazer

E se entregar ao carnaval da volúpia

Numa algazarra de felicidade.

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