Juventude Errante

Estamos aqui
Desgarrados
Largados à própria sorte
Insatisfeitos

Há um mundo tão diverso
Tão profano e tão complexo
Lá do outro lado do mundo
Mas estamos aqui
Eu e minha pinga no copo

Jovens
Onde mora a liberdade?
Aqui nesses confins
Onde tudo é banalidade
Sem ter oportunidade
De dizer o que se sente
Ou de fazer nascer os sonhos?
Ou lá nos amontoados de pedras
Nos torrões de cimento e brita
Na balbúrdia das feiras malditas
No espetáculo infernal das cidades?

Estamos aqui
Nesta mesa de bar
Não há mais pra onde olhar
Nem destino a explorar
Tão jovens e tão perdidos
Tão novos e tão desiludidos
Tudo perto e tão distante
Claramente confundidos

A esperança é que
No fundo do copo
E dos meus amigos perdidos
As ilusões se deformem
E vagamente satisfeitos
Durmamos todos
Contidos.

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